Não cabe romantizar uma situação que coloca nossa saúde física, mental e até financeira, em risco. Uma situação que coloca o sistema de saúde em colapso e priva familiares e amigos de estarem próximos dos contaminados e, em casos de óbitos, de velarem seus entes, elaborarem seus lutos e se despedirem. Sendo assim, ainda que algumas pessoas consigam aproveitar a maior parte de seus tempos para fazerem exercícios, cursos online, yoga, artesanato, enfim, uma infinidade de atividades que nos fazem perguntar: ‘Por que me sinto improdutivo? O que está me paralisando?’
“O impacto dessa pandemia é imenso e afeta a todos os seres humanos; alguns de forma muito intensa, principalmente os que são diretamente afetados pela perda de familiares ou amigos, além das pessoas que estão doentes e das pessoas que têm muito medo ou ansiedade em relação ao risco de se infectar. Algumas pessoas tentam negar o que está acontecendo. Fazem isso como uma forma de proteção contra a ansiedade e o medo. O perigo dessa negação em situações extremas é o de colocar em risco a própria vida e a vida de outros.”
-psicóloga Maria Julia Kovac-
O cenário é distópico, como digerir e assimilar a carga e a densidade de informações constantemente recebidas?
Relatos de pacientes indicam que o sono, foco e a concentração, andam prejudicados e ansiedade, estresse e medo, são recorrentes. Precisamos olhar para isso, cuidar disso. Muitos subterfúgios podem ser arriscados neste momento, até pela escassez no leque de opções, podendo assim potencializar vícios e dependências. Parece que nao é só o vírus que nos ameaça neste momento, mas nossa saúde mental também encontra-se em risco e precisamos cuidar disso.
“Não existe nenhuma forma padronizada de preparo para uma situação que ainda estamos conhecendo. Consideramos que a comunicação é muito importante em situações de crise e de desorganização, uma comunicação que ofereça informações e esclarecimentos, e que também ofereça possibilidades de acolhimento e de cuidados, que auxilie na busca de contato e de apoio em pessoas da família, em amigos e em profissionais da área de saúde mental; agora de forma virtual. É importante ter seu luto validado, reconhecido, e que os sentimentos possam ser expressos e acolhidos sem julgamentos críticas.”
-psicóloga Maria Julia Kovac-
Busque acolher sua angústia neste momento, negá-la ou ignorá-la, pode fazer com que ela te domine em algum momento. A terapia online tem sido um meio de entrar em contato com tais sentimentos e elaborá-los! Busque ajuda.
Gabriela de Faria Rondão | Psicóloga Clínica
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